Passada a Páscoa 2020, as indústrias e comércios se preparam para avaliar os resultados e planejar suas próximas ações considerando todo o contexto proposto pelo novo coronavírus. Trata-se de uma situação inédita e repleta de incertezas para todo o mercado – evidenciando falhas nos processos de distribuição e a necessidade cada vez maior de atualização.

Estamos falando de impactos bastante marcantes nos resultados. A expectativa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) era de que as vendas da Páscoa 2020 apresentassem uma queda 31,6% em 2020, na comparação com a Semana Santa de 2019.

E esse menor número de vendas ao consumidor final significa uma baixa saída da produção da indústria. Mas a mesma estratégia que o varejo vem adotando para manter o crescimento nas vendas pode ser adotada também pelo setor industrial nessa crise da pandemia: as vendas online.

O e-commerce é a saída mais natural nesse momento e reflete, inclusive, uma mudança no hábito de compras do consumidor brasileiro. A Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), divulgou uma pesquisa em que aponta que o e-commerce em setores como alimentação e saúde cresceram 180% durante a pandemia.

Trata-se de uma tendência que já estava evidente antes do cenário atípico criado pelo novo coronavírus. Com esse exemplo das vendas da Páscoa 2020 e considerando a mudança de hábito dos consumidores, pode ser o momento ideal de modernizar a cadeia de abastecimento das indústrias.

Neste artigo veremos como a cadeia de abastecimento pode ter ajudado a salvar a Páscoa 2020 e quais são as principais lições que você pode levar para o seu negócio. Confira.

Novo coronavírus e o crescimento dos canais digitais

O novo coronavírus está exigindo um cuidado especial com a saúde da população. E uma das principais medidas é o isolamento social – que impede que muitas empresas continuem exercendo suas operações normalmente e tenham que migrar para o trabalho remoto.

Como consequência disso, está ocorrendo um forte movimento de digitalização dos negócios. Vários processos estão sendo migrados para o meio digital – incluindo os canais de vendas.

Em 17 de março, o Logistiek.nl publicou a previsão de que o comércio eletrônico deve crescer 50%. Além disso, o Digital Commerce também relatou um aumento de 52% nas vendas online e até 8,8% nos compradores online desde o coronavírus começou.

Muitas pessoas estão evitando lojas físicas, e os pedidos online são a maneira perfeita de fazer compras, especialmente para aquelas necessidades ou confortos para tornar esse tempo turbulento mais gerenciável.

Esse aumento nas vendas online é fortemente impulsionado por comércios que vendem produtos essenciais neste momento, como produtos de saúde e alimentos. Porém, trata-se de uma tendência que está se expandindo e deve chegar aos mais diversos setores – incluindo indústrias e organizações que atuam em modelo B2B.

Páscoa 2020: o primeiro grande teste

A Páscoa 2020 foi o primeiro grande teste para indústrias e comércios após o surgimento do novo coronavírus. Afinal, estamos falando sobre uma das principais datas quando analisamos os resultados de vendas.

Naturalmente, não foi possível manter as estratégias que vinham sido adotadas nos últimos anos por conta do cenário em que estamos inseridos atualmente. Porém, grandes indústrias alimentícias mostraram algumas soluções para contornar essas complicações – e isso pode servir de inspiração para muitas outras indústrias.

Veja o que algumas das conhecidas organizações fizeram para aumentar as vendas na Páscoa 2020:

Ferrero

A Ferrero fez uma parceria com a Rappi para vender e entregar seus produtos. Durante o período de vendas para a Páscoa 2020, a vitrine “Páscoa” da plataforma exibiu o portfólio de produtos da marca – composto pelas linhas Kinder, Ferrero Rocher, Ferrero Collection.

Arcor

A Arcor fechou uma parceria com o Site Mercado, uma plataforma online que reúne lojas virtuais de diversas redes de varejo. Dessa forma, foi possível viabilizar vendas e entregas de seus produtos em todo o território nacional.

Pelo site, os consumidores puderam comprar toda a linha de Páscoa 2020, composta por ovos, tabletes e bombons.

Nestlé

Em sua loja online, a Nestlé ofereceu frete grátis para todos os consumidores e garantiu a entrega prioritária para idosos. Na Páscoa 2020, foram oferecidos mais de 1.500 itens de marcas da Nestlé – como cafés, culinários, lácteos, cereais, bebidas, chocolates, achocolatados e alimentos para pets, entre outros.

Lacta

Na Páscoa 2020, a Lacta divulgou uma série de ações e parcerias para reforçar a atuação da marca em canais de e-commerce e delivey.

Uma dessas parcerias foi com o Uber Eats. Todos usuários que acessaram o aplicativo do Uber Eats tiveram acesso a todo o portfolio de Páscoa da Lacta, ofertado pela Americanas, e poderia optar por receber em casa suas compras.

Além disso, as compras a partir de R$ 50 reais tinham frete grátis e o serviço estava disponível em mais de 140 municípios de todo o Brasil.

Harald

A Harald implementou iniciativas para promover e contribuir com os microempreendedores durante a Páscoa 2020. Entre essas medidas estavam descontos de 50% em produtos e novidades nos seus canais digitais – como as aulas com os chocolatiers Lucas Corazza e Rafael Barros.

Linea Alimentos

Em parceria com a Giuliana Flores, a Linea conseguiu levar para todo o Brasil seus kits com chocolates sem adição de açúcar e flores na Páscoa 2020. Por meio do site da Giuliana Flores, três kits diferentes estavam disponíveis para os consumidores: um contendo o ovo tradicional de chocolate ao leite da Linea e margaridinhas; outra opção com um ovo de páscoa, um pacote de bombons recheados Linea e um delicado mix de flores; e uma cesta com um ovo de páscoa, bombons recheados e tabletes Linea com rosas vermelhas.

Importância de repensar os processos de abastecimento e distribuição

Em momentos de crise, os problemas que já existiam tendem a se tornar ainda mais evidentes, não é? Esse é o caso das cadeias de abastecimento e distribuição das indústrias – que são uma peça importante para que a máquina funcione corretamente.

Neste cenário, as empresas que investiram no mapeamento de suas redes de suprimentos antes da pandemia estão melhores preparadas. Elas têm melhor visibilidade da estrutura de suas cadeias de suprimentos. Em vez de precisar resolver tudo sob pressão, elas têm muitas informações na ponta dos dedos em questão de minutos após uma possível interrupção. Ou seja, os gestores sabem exatamente quais fornecedores, locais, peças e produtos estão em risco – o que lhes permite se colocar em primeiro lugar na fila para garantir estoque e capacidade restritos em locais alternativos.

Por outro lado, outras indústrias podem ter problemas para manter o fluxo de produção sem aumentar drasticamente os custos pela dificuldade em encontrar fornecedores confiáveis. Esse é um problema ainda mais grave para empresas que possuem fornecedores de outros países.

Além disso, é preciso considerar o caminho inverso. Assim como as matérias-primas precisam chegar até a sua organização, os produtos prontos precisam ser entregues aos clientes. Neste contexto, é preciso rever os canais de venda e distribuição para garantir eficiência neste momento de crise.

Benefícios de migrar para os canais digitais

Conforme vimos anteriormente, a Páscoa 2020 foi um grande exemplo de como as indústrias devem se adaptar a esse cenário criado pelo novo coronavírus. E a principal estratégia é a migração dos canais de venda para o formato digital – com vendas online.

Trata-se de uma estratégia que deve continuar sendo uma tendência no futuro – mesmo passada a Páscoa 2020 e os efeitos do novo coronavírus. Afinal, a tendência é que o mundo se torne cada vez mais digital.

Neste sentido, a opção por uma estratégia multicanal pode ser a melhor alternativa para que as organizações maximizem seus resultados de vendas.

Por que a estratégia multicanal é importante?

Grande parte dos consumidores preferem se conectar com as marcas por meio de vários canais antes de comprar. Essa é uma tendência que iniciou com os consumidores finais, mas também afeta fortemente o mercado B2B. Por essa razão, uma estratégia multicanal pode beneficiar sua organização de diversas maneiras:

  • Reconhecimento da marca além do interesse inicial. Quanto mais sua marca estiver “lá fora”, maior a probabilidade de as pessoas encontrarem você e lembrarem quando voltarem a vê-lo. E, atualmente, uma boa presença digital é fundamental para ser notado pelos seus potenciais clientes.

  • Coloque o possível cliente em primeiro lugar. Uma abordagem multicanal significa que você sempre captura o seu cliente no melhor momento e da melhor maneira. Com uma procura maior pelos canais digitais, nem todos os potenciais clientes podem estar dispostos a receber uma ligação ou a visita de um representando comercial. Porém, cobrir todas as áreas online e offline significa que você permite que seu possível cliente descubra sua marca da maneira que achar mais conveniente.

  • Alcance mais clientes. Expandir os canais de vendas para o comércio online permite que você alcance um volume maior de potenciais clientes. Além disso, as abordagens multicanais permitem ampliar seu alcance para prospects que não estavam no seu radar – geralmente com pouco custo extra.

  • É rápido. Um lead interage com sua empresa várias vezes antes de se sentir pronto para falar com um representante de vendas. Isso é acelerado enormemente por uma abordagem multicanal, quando você começa a aparecer em todos os lugares que eles olham e, antes que eles percebam, a sua é a única marca que eles têm em mente!

  • Uma alternativa neste momento de crise. Conforme já analisamos no exemplo da Páscoa 2020, a expansão dos canais de distribuição é uma ótima forma de contornar as dificuldades impostas pelo coronavírus.

Quais são os benefícios das vendas online?

Seguindo o exemplo das grandes indústrias que precisaram se adaptar na Páscoa 2020, as organizações que optarem pelas vendas online podem obter diversos benefícios. Veja quais são os principais deles:

  • Permanecer competitivo. As vendas online crescem ano após ano. Levando isso em consideração, as empresas precisam entrar de vez no mundo digital para que consigam se manter competitivas.

  • Tornar-se global. A internet permite que você expanda os limites do seu negócio. Trata-se de uma forma de alcançar novos clientes – que podem estar localizados em qualquer lugar do país. Dessa forma, você começa a construção de uma marca com presença global.

  • Redução de custos. As vendas online representam custos muito baixos e geram uma redução de custos em relação às operações por outros canais. É possível economizar com uma redução da estrutura física necessária, publicidade digital, folha de pagamento, entre outros aspectos.

  • Melhor direcionamento e mais personalização. Modelos de marketing e vendas digitais permitem que você colete, sintetize e use informações e dados de clientes com mais facilidade do que os canais tradicionais. Dessa forma, é possível personalizar suas promoções e outras ofertas, pois você tem dados sobre seus clientes integrados automaticamente ao sistema.

  • Diferentes fluxos de tráfego. Ao expandir suas vendas para os canais digitais, você garante o recebimento de um tráfego qualificado com interesse nos produtos da sua empresa.

  • Experiência mais agradável para o cliente. Fazer compras online é uma experiência mais suave e confortável para muitos consumidores. Quando uma loja online é montada da maneira certa, a facilidade de pesquisar, navegar e fazer pedidos pode compensar facilmente o custo de remessa extra. Esse é especialmente o caso se recursos especiais, como bate-papos ao vivo, são configurados para responder às perguntas dos clientes 24 horas por dia.

E, então, você gostou das informações sobre a necessidade de adaptação para as vendas na Páscoa 2020? Está preparado para expandir seus canais de vendas para o mundo online? Descubra como as soluções LifeApps podem ajudá-lo.

Uma das principais noticias em todo mundo atualmente é a pandemia de coronavírus e seus impactos na sociedade. Apesar de todas as ações realizadas para minimizar seus efeitos e a criatividade utilizada para se adequar a nova realidade, o Covid-19 está afetando todos os tipos de indústrias.

 

O mercado de ações entrou em uma nova onda de volatilidade, eventos importantes de negócios foram cancelados ou adiados, restrições de viagens além-fronteiras estão complicando ou cancelando os planos das pessoas, e vários países foram fechados por causa do coronavírus.

Em tempos de crise, quando as notícias são cheias de manchetes chocantes e difíceis, é importante manter a calma e lembrar que ainda existem coisas que podemos controlar e muitas maneiras de fazer a diferença com criatividade.

Assim como todos nós estamos aprendendo a lidar com o vírus na vida cotidiana, tomando precauções adicionais, como lavar as mãos com frequência, desinfetar superfícies frequentemente tocadas, existem estratégias associadas à criatividade que as equipes de vendas devem empregar para lidar com o impacto comercial do Covid-19 nos negócios.

Criatividade deve ser a palavra-chave para quem busca manter a empresa viva

Aqui estão algumas estratégias criativas que as equipes de vendas devem usar para garantir que seus pipelines de vendas funcionem corretamente.

  1. Use seu “estoque” de novos negócios neste momento

Assim como estocar suprimentos que você acha que sua casa pode precisar em caso de quarentena, você também precisa “estocar” as perspectivas de vendas.

É preciso ousadia. Dedique tempo extra, esforço, recursos e criatividade para prospecção e geração de leads neste momento, mesmo se você estiver ocupado. Não importa se você não estiver em um setor que tenha sido diretamente impactado pelo coronavírus até agora: existe a possibilidade de que esse surto possa levar a impactos econômicos mais amplos e graves.

Sua empresa será bem-servida por ter uma reserva de clientes em potencial para trabalhar ao longo prazo. Mesmo que o coronavírus acabe sendo um pânico em curto prazo, ou se for pior do que o esperado e a economia se mantenha em recessão, nunca é uma má ideia investir em um canal bem abastecido de perspectivas de vendas.

  1. Adapte seus produtos e serviços visando resolver as preocupações do coronavírus

Dependendo dos tipos de soluções que você vende, seja ela B2B ou B2C, é possível que seus clientes em potencial já tenham problemas e preocupações significativas sobre o coronavírus.

Passe algum tempo repensando e mudando o ângulo sobre quais são os principais benefícios de seus produtos e serviços, de uma maneira que seja relevante para as preocupações sobre o coronavírus.

Existe um argumento de vendas relevante que pode ser utilizado em seus produtos e serviços que possa ajudar seus clientes a se adaptarem ao coronavírus ou benefícios para ajudá-los a superar a crise?

Por exemplo, muitas empresas já estão anunciando uma mudança agressiva em direção ao trabalho remoto, e incentivando as pessoas a trabalhar em casa.

Se você vender soluções em nuvem, concentre novamente seus esforços de marketing e inovação para vender acesso remoto a empresas que podem manter seus escritórios funcionando, com funcionários trabalhando em casa.

Além disso, outras empresas estão tendo que cancelar os planos de viagem, pois grandes conferências e feiras do setor estão sendo adiadas ou canceladas.

Se você vende uma plataforma de eventos virtual ou um software de colaboração, essa pode ser uma ótima chance de mostrar aos seus clientes em potencial o valor de poder ter suas conversas comerciais mais importantes on-line, mesmo que as reuniões da vida real não sejam possíveis no momento.

Os mesmos pontos de venda do seu produto que já eram relevantes antes do coronavírus ainda podem funcionar, mas talvez você precise ajustar um pouco o seu discurso de vendas para enquadrar suas soluções para as preocupações mais urgentes das pessoas.

Seus clientes potenciais podem estar lidando com vários pontos problemáticos do coronavírus, como:

  • Possíveis interrupções relacionadas aos coronavírus em seus negócios.

  • Adaptação a novas restrições de viagem ou desligamentos relacionados ao coronavírus em sua cadeia de suprimentos.

  • Como colaborar com trabalhadores remotos de novas maneiras.

  • Aprimorar a segurança na nuvem ou o seguro comercial para lidar com possíveis ameaças emergentes.

Algum desses pontos problemáticos lhe parece familiar, com base em seus clientes e na indústria? Nesse caso, adapte com ousadia e criatividade esses ângulos ao seu discurso de vendas.

Todos esses pontos são possíveis para mostrar como suas soluções podem ajudar, durante os períodos de coronavírus e quando a vida voltar ao normal, basta investir na criatividade.

  1. Use a criatividade e crie novas apresentações de vendas

Como vimos, o coronavírus está forçando muitas empresas a reduzirem viagens e reuniões pessoais. Isso significa que as apresentações baseadas na Web são mais importantes do que nunca.

Use a criatividade e comece a reformular seu discurso de vendas em uma apresentação virtual completa. Esteja preparado para fazer mais do seu discurso na Web.

Isso pode exigir uma alteração no seu processo de vendas. Talvez você esteja acostumado a fazer uma ligação inicial do tipo descoberta como estágio um do seu ciclo de vendas e, em seguida, o próximo contato seria uma reunião presencial – e você deve rever esse estágio.

Portanto, esteja pronto para usar a criatividade e manter suas vendas avançando, fazendo coisas que você nunca imaginou ser possível. A exemplo de:

  • Levar seu cliente a um passeio virtual pela fábrica, usando o FaceTime ou aplicativos de conferência móvel.

  • Fazer uma demonstração detalhada do produto que inclua sua equipe técnica – que, normalmente, não se envolve até mais tarde na venda.

  • Enviar ao seu cliente um vídeo do YouTube do seu produto ou solução em ação, e falando através da conferência na Web enquanto assistem ao vídeo juntos.

  • Pensar criativamente. Usar várias ferramentas de colaboração e procurar aplicativos de comunicação para conversar com seus clientes.

  1. Não entre em pânico, não pare de vender

Evite pânico. E pare de assumir que o céu está caindo. Continue vendendo e prospectando. Muitas pessoas, agora, parecem à beira do pânico com o coronavírus, e algumas dores econômicas serão sentidas no curto prazo. Mas acredite sempre que vamos superar essa crise de saúde pública.

É claro que é preciso internalizar que a vida pode não voltar totalmente ao normal imediatamente. Portanto, procure maneiras de se adaptar e continuar fazendo negócios.

As vendas podem ficar paradas por um certo tempo, mas certifique-se de manter o contato com os clientes sempre aquecidos. E continue acompanhando seus leads.

 

Oportunidades em tempo de crise

Fazendo uma retrospectiva da história, ela nos mostra que crises e ameaças extremas podem ser úteis para direcionar indivíduos a novos caminhos, um país e até o mundo para uma solução.

Certa vez, o Presidente americano John F. Kennedy sugeriu que das crises podem surgir novas e incríveis oportunidades, principalmente se abordagens e paradigmas tradicionais forem questionados e desafiados.

Durante uma crise, os incentivos e motivações mudam, potencialmente levando a novos comportamentos cooperativos e até à criação de novos sistemas ou estruturas.

Tire benefícios de crises passadas

O passado nos revela várias maneiras pelas quais as crises ofereceram benefícios inesperados para sociedades e países, empresas e negócios.  “A necessidade é a mãe da invenção” e, muitas vezes, uma crise atua como um gatilho para inovação, levando a rápidos avanços em tecnologia, política e novos negócios.

Vemos exemplos em toda parte: um gasoduto explode, destruindo um bairro inteiro; um escândalo de corrupção derruba um líder corporativo; uma violação de dados abala a confiança do cliente; questões de qualidade dão origem a um recall maciço de produtos. Estes são apenas alguns exemplos entre muitos que mostram porque as empresas precisam de planos de gerenciamento de crises.

  • LG Electronics

Todas as empresas – e não apenas a LG – foram afetadas negativamente pela crise financeira asiática de 1997: O fraco desempenho de muitas empresas globais no último trimestre de 2008 foi um alerta para tomar ações drásticas, não apenas seguras.

No final de 2008, a LG Electronics estabeleceu uma Sala de Guerra de Crise (CWR) para reunir as cinco unidades de negócios da LG, oito sedes regionais e executivos para implementar e gerenciar o agressivo plano de negócios da empresa.

Em apenas três curtos meses, a CWR – com a colaboração de cada uma das unidades de negócios e divisões da empresa, como gerenciamento da cadeia de suprimentos, marketing, compras, recursos humanos e finanças – identificou e desenvolveu 11 itens de ação principais.

As unidades de negócios foram instruídas a estabelecer equipes de força-tarefa para assumir a responsabilidade de gerenciar as iniciativas de economia de custos.

  • FedEx

Quando a Opep quadruplicou seus preços do petróleo no início dos anos 70, os EUA atingiram um período de recessão, estagnação e alto desemprego. A FedEx, fundada em 1971, começou a enviar pacotes em 1973, assim que o embargo ao petróleo começou.

Os dois anos seguintes quase destruíram a empresa: Fred Smith, o fundador, faturou a maior parte dos US$ 84 milhões que havia levantado, apesar de estar cumprindo a missão da empresa, de entregar documentos da noite para o dia. Mas fazer isso significava ampliar gastos com o aumento dos custos de combustível.

O compromisso do fundador com sua missão manteve a empresa à tona, assim como uma campanha publicitária inovadora que convenceu os clientes de que seu serviço era uma necessidade. Seus esforços foram recompensados: em 1980, os lucros atingiram US$ 38,7 milhões.

  • Serco

Serco foi o “rei da terceirização” nos Estados Unidos durante muitos anos. No auge, a empresa estava ganhando metade de todos os contratos governamentais. Ela administrava um quinto das prisões americanas e até ogivas nucleares.

Então, veio o baque. Acusações de fraude em um contrato de prisão foram tornadas públicas. A proibição bloqueou a licitação da Serco para novos contratos, então, a empresa tomou uma ação radical: a gerência sênior foi trocada.

Os contratos foram examinados quanto a cláusulas problemáticas e uma nova modelagem de risco foi introduzida. A Serco não mais ofereceria seus serviços por todos os contratos no mercado. O resultado? Uma organização mais enxuta e mais justa, com um preço estável das ações.

Fazendo as coisas certas

No mundo dos negócios, desafios podem surgir diariamente, seja tentando satisfazer os investidores e atender a folha de pagamento, lidando com complicações inesperadas ou usando a criatividade para entregar um novo produto ou serviço ao mercado.

Nem todo mundo está preparado para o trabalho de navegar em águas tão tempestuosas, mas aqueles que conseguem transformar em vantagem o que parece ser um fluxo interminável de crises com criatividade, geralmente, surgem mais fortes e conseguem mais.

Transformar a crise em oportunidade pode resultar em crescimento e sucesso fundamentais a longo prazo.

De acordo com a empresa de serviços profissionais EY, trata-se de garantir que os objetivos de negócios e o gerenciamento de riscos estejam alinhados. Ele cita um estudo em que 97% das empresas disseram ter desenvolvido e melhorado como resultado de um melhor alinhamento dos níveis de risco com possíveis recompensas.

É importante, desde o início, compreender a profundidade de uma crise e como superar os obstáculos que a vida parece estar colocando no seu caminho. Melhorar a si mesmo ou a sua empresa requer aceitação de risco e vontade de mudar o curso dos eventos.

Canalizando o risco para crescer

Em vez de reagir com negatividade e reclamações, os indivíduos devem aproveitar a oportunidade de aprender e superar com criatividade as dificuldades que uma crise apresenta.

Considere, por exemplo, que empresas de sucesso como Microsoft e LinkedIn foram fundadas em tempos de crise econômica. Portanto, em vez de deixar sua percepção dos eventos obscurecer seu julgamento, permita que seja a fonte de motivação para lutar contra a corrente.

Ao aceitar a situação como ela é e ter a solução, você poderá controlar o resultado com mais eficiência. Os clientes também tendem a se sentir mais conectados com empresas que exibem uma abordagem com criatividade, e mais desejável além do interesse próprio. Quando as pessoas identificam um esforço extra para fazer o que é melhor, as empresas realizam mais a longo prazo.

Preparando-se para as próximas crises

Tudo se resume a pensar de maneira diferente e com criatividade para transformar sua mentalidade e superar o que você acha impossível. Nem toda crise será a mesma.

O que você precisa fazer é simplesmente reconhecer a crise pelo que é e concentrar toda a sua energia em acertar os ponteiros. Quando o público estiver ciente de que você ou sua organização resolveram o problema em questão, ele vai permanecer.

Mesmo quando você tem um plano de negócios “perfeito”, uma crise ainda pode acontecer. No final do dia, as empresas são compostas por humanos, que cometem erros. Ser capaz de responder e emergir com criatividade e mais forte do que era antes é o que o diferencia do resto – e principalmente dos concorrentes.

E você, como está lidando com esse período de crise? Está pensando fora da caixa?

Você quer diversificar os canais de venda da sua empresa para maximizar os resultados obtidos? Os empresários que passam por essa situação vivenciam uma dúvida muito comum: é mais vantajoso expandir a atuação física ou investir em ecommerce?

Investir em ecommerce vem se mostrando uma opção rentável em todos os momentos – desde datas especiais até períodos de crises, como o que estamos vivendo hoje. Por outro lado, a presença física com lojas em diferentes locais ainda é valorizada por muitas pessoas.
 

As tendências de consumo levam ao otimismo no mercado online, com a internet fazendo parte cada vez mais da experiência de compra das pessoas. Mas será que investir em ecommerce realmente deve ser a sua primeira escolha?
 

Neste artigo, vamos analisar se você deveria expandir sua atuação física ou investir em ecommerce primeiro. Confira.
 

A importância de diversificar os canais de venda

O objetivo de qualquer empresa é alcançar um crescimento sustentável com o passar dos anos, certo? Mesmo os negócios que iniciam muito pequenos têm uma visão de expansão das suas atividades em longo prazo.
 

Porém, isso requer uma expansão dos canais de vendas. Uma empresa que inicia vendendo apenas para clientes do seu bairro tem um limite máximo de vendas mensais. Para ultrapassar esse número, é necessário começar a atender novos públicos.
 

A grande questão é: como fazer essa expansão? As opções mais comuns são aumentar o alcance das ações comerciais, abrir novas sedes da empresa ou iniciar as vendas pela internet.
 

Qualquer que seja a decisão tomada, é fundamental reconhecer a importância de diversificar os canais de venda. Veja alguns dos principais motivos pelos quais você deveria considerar essa estratégia:
 

Melhor percepção do cliente

A forma como um cliente percebe a sua marca tem relação direta com os canais de vendas utilizados. Uma empresa que está presente somente localmente é vista de uma forma muito diferente de um outro negócio com atuação em todo Brasil, não é?
 

Neste momento, é preciso considerar que as pessoas esperam experiências cada vez mais completas. Elas estão assistindo televisão e usando o tablet ao mesmo tempo – e esperam esse mesmo tipo de integração das empresas.
 

Marcas que não oferecem esse tipo de experiência, provavelmente, perderão clientes, principalmente porque a geração digital está ganhando cada vez mais poder de compra.
 

As lojas que criam uma experiência perfeita integrando todas as diferentes formas de tecnologia, no entanto, podem obter uma fidelidade significativa do cliente. Essas marcas são vistas como inovadoras e receptivas às necessidades dos clientes – qualidades que farão com que os clientes voltem.
 

Essa percepção aprimorada oferece outra vantagem também. Em um mundo de grandes lojas e compras online, encontrar o melhor preço é mais fácil do que nunca para os clientes. Uma loja que é percebida como responsiva às necessidades do cliente, e oferece acesso fácil a uma variedade de canais pode se diferenciar em um campo lotado. Isso permite que a marca concorra com a experiência oferecida, e não apenas com o preço. 
 

Aumento de vendas

O principal fator para um varejista que adota qualquer estratégia é, obviamente, aumentar o lucro – e geralmente isso está associado ao aumento das vendas. Ao optar pela expansão dos canais de vendas, se torna possível oferecer mais variedade de pontos de engajamento para o cliente fazer uma compra, aumentar a conveniência e a facilidade nas compras. Como consequência, os resultados de vendas aumentam.
 

Um cliente que pensa em comprar uma calça, por exemplo, pode não querer ir ao shopping, estacionar, caminhar até a loja, encontrar a peça e experimentá-la. Para ele, é mais vantajoso poder, em casa, encomendar as calças direto no site da loja. Mas também há o cliente, no entanto, que pode estar na loja experimentando as calças e decidir que gostaria delas em uma cor diferente. Nesse caso, ele pode usar um quiosque na loja para encontrar a calça na cor preferida, encomendá-la e recebê-la em sua casa.
 

Melhor coleta de dados

Quanto mais pontos de contato com os seus clientes, mais oportunidades você tem para reunir informações sobre eles. Talvez você tenha uma visão limitada sobre o seu público atuando apenas com uma loja na sua cidade – e pode aprender mais sobre o mercado ao investir em ecommerce ou abrir novas filiais da marca em outras cidades.
 

Quanto mais informações você consegue coletar, melhor pode ajustar suas ações de marketing e vendas. Como consequência disso, os resultados de vendas podem se tornar ainda melhores com o passar dos meses.
 

Expansão física: pontos positivos e negativos

Expandir a atuação física da sua empresa, certamente, reúne diversos pontos positivos. Porém, também é preciso considerar que existem alguns fatores que reduzem um pouco a eficiência dessa ação – principalmente se não houver um planejamento adequado.
 

Do lado positivo está a possibilidade de aumentar o público alcançado. Quanto mais lojas você tiver espalhadas pelo Brasil, mais pessoas terão acesso aos seus produtos ou serviços. Trata-se de uma questão de logística.
 

Além disso, uma expansão física faz com que a reputação da sua empresa cresça. Um cliente que vê sua loja em diversas cidades reconhece que se trata de uma marca confiável e capaz de fazer sucesso com diversos públicos.
 

Já do lado negativo está a dificuldade na abertura de uma nova loja. São muitos os custos e os desafios de criar a estrutura física. Além disso, podem surgir diversas complicações burocráticas ao longo do caminho – aumentando o tempo necessário para tirar seus planos do papel.
 

Investir em ecommerce: a grande tendência do mercado

Sem dúvidas, investir em ecommerce é a grande tendência entre os empresários que buscam expandir seus resultados. Você administra uma empresa de varejo que está indo bem e está pensando em como expandir as vendas globalmente? Então, levar seus produtos para a internet é uma opção que pode gerar um ótimo retorno sobre o investimento.
 

Ao contrário da expansão da atuação física, os custos e a complexidade de abrir um ecommerce são muito baixos. Por outro lado, é possível alcançar clientes localizados em todo o Brasil (ou, até mesmo fora). Trata-se do cenário perfeito para otimizar os resultados de vendas.
 

Quer entender melhor por que investir em ecommerce é uma tendência tão forte? Então, veja os benefícios de iniciar uma loja virtual:
 

Permanecer competitivo

As vendas online crescem ano após ano. É inegável a popularização dos computadores e dispositivos móveis entre os mais diferentes públicos. Levando isso em consideração, as empresas precisam entrar de vez no mundo digital para que consigam se manter competitivas – e investir em ecommerce é a melhor solução.
 

Tornar-se global

A internet permite que você expanda os limites do seu negócio. E isso pode ser a chave para impulsionar a sua receita. Trata-se de uma forma de alcançar novos clientes – que podem estar localizados em qualquer lugar do país. Dessa maneira, você começa a construção de uma marca com presença global.
 

Redução de custos

Investir em ecommerce tende a ter custos muito mais baixos do que uma loja física. Por isso, a adição de um componente online aos negócios existentes não precisa ser um investimento de alto risco – e, de fato, na maioria dos casos, seria uma escolha financeira muito melhor do que abrir outra loja.
 

Por que é mais barato investir em ecommerce? Aqui estão alguns pontos importantes a serem observados:
 

  • Publicidade digital. A publicidade digital é barata em comparação aos canais tradicionais, e pode ser ajustada mais facilmente para atender a orçamentos variados. Você pode usar uma combinação de tradicional e digital para comercializar toda a sua operação, ou até mudar para o digital e economizar muito dinheiro.

  • Folha de pagamento. Você não precisará pagar o salário dos diversos profissionais necessários para realizar o atendimento em uma loja física. Utilizando os canais digitais, poucas pessoas podem ficar responsáveis pelo gerenciamento – gerando uma grande economia com salários e outros encargos.

  • Aluguel e estrutura física. Haverá alguns custos iniciais relacionados à configuração e manutenção da loja virtual. Porém, esses são muito menores do que pagar pelo aluguel mensal de uma sala comercial e comprar toda a estrutura física necessária para operar em uma loja.
     

Melhor direcionamento e mais personalização

Modelos de marketing e vendas digitais podem permitir que você colete, sintetize e use informações e dados de clientes com mais facilidade do que os canais tradicionais. Esse é especialmente o caso quando você considera atividades de retenção, como programas de fidelização de clientes – essencialmente, você pode acompanhar seus hábitos de compra com mais cuidado, o que oferece a oportunidade de direcionar esforços de marketing de maneira mais precisa.
 

Para esse fim, você também descobrirá que existem mais oportunidades para personalizar suas promoções e outras ofertas, pois você tem dados sobre seus clientes integrados automaticamente ao sistema. Se você sabe como a Amazon “recomenda” itens que lhe agrada, também pode fazer isso com facilidade. Segmentar e personalizar com base em local específico, hábitos de compra ou taxas de abandono de carrinho também é uma boa opção. 
 

O upselling e a venda cruzada também podem se tornar mais fáceis, pois você não fica preso a uma situação cara a cara desconfortável, em que o cliente pode se sentir pressionado. Você pode simplesmente fornecer sugestões de complementos como parte do processo do carrinho de compras e deixar o comprador partir daí.
 

Diferentes fluxos de tráfego

Provavelmente, você já tem um site configurado para apoiar seus negócios, mas ele está recebendo muito tráfego? O desenvolvimento da presença online pode ajudá-lo a entender melhor seu mercado, para oferecer produtos novos e inovadores e promover sua loja local.
 

Como você faz isso? A otimização do mecanismo de pesquisa em seu site é fundamental, e as estratégias de marketing digital podem ser enormes quando se trata de pesquisa de clientes e direcionamento do seu marketing online e offline.
 

Escale e cresça facilmente

Um dos principais benefícios de investir em ecommerce é que você pode otimizar e dimensionar seu orçamento com facilidade, de acordo com todos os outros aspectos da empresa – e não é muito difícil dimensionar sua empresa caso a base de clientes se expanda e cresça.
 

Por exemplo, se você estiver exibindo anúncios do Facebook, poderá ajustá-los facilmente de acordo com o comportamento de compra. E mesmo se você encontrar algumas quedas ou encolhimento – por exemplo, se suas ofertas tendem a ser sazonais –, é possível ajustar seu marketing e inventário de acordo com essas mudanças também.
 

Uma experiência mais agradável para o cliente

Fazer compras online é uma experiência mais suave e confortável para muitos consumidores. O cliente não só não precisa sair do conforto de sua própria casa, mas também evita o tráfego, o estacionamento e os vendedores insistentes, que tentam vender ou interromper a conversa com um amigo.
 

Quando você decide investir em ecommerce e constrói um site de qualidade, a facilidade de pesquisar, navegar e fazer pedidos pode compensar facilmente o custo de remessa extra. Esse é especialmente o caso se recursos especiais, como bate-papos ao vivo, são configurados para responder às perguntas dos clientes 24 horas por dia.
 

Tome sua decisão com base no consumidor!

E, então, você já decidiu entre expandir sua atuação física ou investir em ecommerce?
 

Para tornar a escolha pela melhor estratégia mais fácil e eficiente, é sempre uma ótima ideia colocar o seu foco no consumidor. Ou seja, é preciso compreender de qual forma você pode entregar uma experiência mais satisfatória para os seus clientes.
 

Como vimos, os hábitos do consumidor estão migrando para o mundo digital. A possibilidade de ter acesso aos seus produtos ou serviços com praticidade por meio de um site ou aplicativo para smartphone, certamente, conta pontos positivos para sua empresa. Além disso, investir em ecommerce se trata de uma possibilidade de expandir a presença do seu negócio para um território muito maior.
 

E então, pronto para decidir entre expandir sua atuação física ou investir em ecommerce? Ficou com alguma dúvida sobre o assunto? Deixe o seu comentário.

Em grande parte dos países onde o novo Coronavírus (COVID-19) está causando impacto, medidas de isolamento e distanciamento social estão sendo implementadas. 
 

Trabalhadores em alguns países, a exemplo do Brasil, foram solicitados a trabalhar em casa, as cidades, em casos mais extremos, como as da China e Itália, foram isoladas, além de escolas sendo fechadas ao redor do mundo. Como medida preventiva, as pessoas estão sendo orientadas a ficar em casa e evitar lugares públicos e lotados.
 

Para se ter uma ideia, de acordo com uma pesquisa feita pela empresa de pesquisa de mercado YouGov, de março de 2020, 85% dos usuários de internet na China e 83% em Hong Kong disseram ter evitado lugares públicos lotados nas últimas duas semanas em virtude do novo coronavírus. 
 

Além disso, a pesquisa feita pela americana Coresight Research, de fevereiro de 2020, mostrou que 27,5% dos internautas dos EUA estavam evitando locais públicos. Ela também indicou que 58% o faria se o surto de coronavírus piorasse nos EUA. Esperava-se que os shopping centers fossem os locais mais evitados, mais da metade dos entrevistados disse que também evitaria as lojas em geral.
 

Antes uma escolha, o coronavírus impôs em definitivo as compras online como um novo hábito

A pesquisa feita Coresight Research aponta que 8 em cada 10 entrevistados (85,6%) com 60 anos ou mais disseram que, provavelmente, evitariam shopping centers e lojas tradicionais. 
 

De fato, esse resultado não surpreende, já que o coronavírus atingiu fortemente as pessoas mais velhas, impondo como uma consequência não intencional mudanças em seus hábitos de compra.
 

Como os indivíduos mais velhos são os mais afetados pelo novo coronavírus, é mais provável que eles alterem seu comportamento. Isso significa uma maior adoção do comércio eletrônico, área em que eles são considerados como “retardatários”. 
 

“Prefiro não comprar a comprar on-line”

Pessoas cuja atitude tem sido “prefiro não comprar a comprar on-line”, agora, podem repensar esse conceito se entenderem que vão a lojas lotadas e com grande potencial de contaminação.
 

E essa mudança já pode ser vista. A atividade de comércio eletrônico, particularmente relacionada aos setores de saúde e mercearia, está crescendo nos EUA em geral. 
 

De acordo com dados do Pacvue, fornecedor de tecnologia de anúncios para comércio eletrônico, houve um aumento considerável nas pesquisas na Amazon por produtos como desinfetante para as mãos e sabão antibacteriano. 
 

Além disso, os consumidores digitais tradicionais também estão dispostos a consumir os produtos que precisam mesmo com períodos de entrega mais longas, a fim de evitar ir às lojas e correr qualquer tipo de risco em relação à contaminação com o coronavírus.
 

Apesar do cenário crítico e preocupante, a mudança no hábito de compra está provando ser um benefício e um desafio para varejistas e atacadistas. É provável que o aumento de compras online movimente ainda mais o mercado e consolide o comércio eletrônico como um dos alicerces da economia mundial nos próximos anos. 
 

As vendas online se multiplicam e aplicativos de entrega inovam

Os consumidores domésticos brasileiros, da mesma forma que ocorreu na China, devem recorrer às compras online para o fornecimento diário de alimentos e outros produtos de consumo individual. 
 

Segundo o varejista francês Carrefour, as entregas de vegetais aumentaram 600% ano a ano. O varejista online chinês JD.com informou que suas vendas de supermercado online cresceram 215% ano a ano, para 15.000 toneladas durante um período de 10 dias entre o final de janeiro e o início de fevereiro.
 

No gigante de marketplace Mercado Livre, as categorias de saúde, cuidado pessoal e alimentos e bebidas registraram crescimento de 15% quando comparado ao mês todo de fevereiro deste ano. Na comparação com a primeira quinzena de março do ano passado, o crescimento foi de 65%. 
 

O Mercado Livre atribui esse crescimento ao cenário atual de combate ao contágio do coronavírus, considerando que produtos como máscaras protetoras, álcool em gel e de primeiras necessidades (alimentos, papel higiênico, fraldas etc.) fazem parte dessas categorias.
 

As preocupações com a entrega de alimentos devido a uma possível contaminação de alimentos estimulam a recente inovação nos serviços de coleta e entrega sem contato. Empresas como McDonald’s e Starbucks estão aumentando os serviços de entrega que limitam o contato humano, e os pedidos são embalados para mantê-los livres de contaminação.
 

Startups estão fazendo sua parte para a prevenção do coronavírus

Em uma semana, as entregas diárias feitas pela Buymie, startup irlandesa que trabalha com duas das principais redes de supermercado que atuam no país (Lidl e o Tesco), aumentaram 300%, segundo o executivo-chefe e cofundador da startup, Devan Hughes. O número de usuários da plataforma cresceu 190% na última semana.
 

Com a proliferação do coronavírus pela América Latina, empresas como a startup colombiana Rappi, que tem cerca de 200.000 entregadores em nove países da América Latina, registrou um aumento de 30% nas entregas nos primeiros dois meses de 2020 em comparação com os últimos dois meses de 2019. Esse é um aumento significativo no número de pedidos de supermercado, uma resposta dos usuários preocupados com as incertezas e medidas de quarentena em diferentes cidades.
 

Enquanto isso, medidas preventivas estão sendo adotadas para proteger entregadores e usuários de aplicativos. A IFood, por exemplo, criou um fundo de R$ 1 milhão para apoiar os funcionários em quarentena, além de testar entregas sem contato.
 

O Uber EATS, por sua vez, fornecerá assistência financeira por até 14 dias aos motoristas ou parceiros de entrega que foram diagnosticados com o coronavírus, ou colocados em quarentena pelas autoridades de saúde.
 

O impacto comercial mais claro e imediato da pandemia de coronavírus foi uma grande mudança nas cadeias de atacado distribuidor

Um declínio no varejo físico, que compreende mais de 85% das vendas no varejo dos EUA, pode mudar as compras diárias tradicionais para canais digitais, como Amazon ou outros varejistas eletrônicos, e aumentar as vendas – efeitos já vistos por fornecedores como RedMart em Cingapura. 
 

Além disso, essa mudança tem potencial para reforçar o uso do comércio omnichannel, como comprar online e retirar na loja para clientes que desejam comprar na loja, mas evitam multidões. 
 

Esse aumento na demanda por e-tail (varejo através da internet) pode sobrecarregar os fornecedores e trabalhadores de logística, o que pode exigir que as empresas de comércio eletrônico revisitem suas estratégias para atendimento e entrega de pedidos, incluindo as estratégias de envio rápido, a fim de acompanhar a crescente demanda e manter trabalhadores seguros. 
 

Os relacionamentos entre empresas de atacado e varejistas, que geralmente estão alinhados com questões de fornecimento, planejamento de demanda e negociações comerciais, passam por grandes mudanças após o surto de coronavírus em todo mundo. 
 

Muitas negociações passaram para um processo de vendas online com apoio de chamadas de vídeo ou de voz, tornando-se ainda mais dinâmicas.
 

Além disso, o planejamento da demanda por produtos é uma preocupação crescente, já que a falta ou o excesso de estoque se tornaram cada vez mais inaceitáveis ​​para os varejistas atuais. 

 

As discussões padrão sobre preços, promoção e gastos comerciais, que normalmente compreendem a maioria das conversas com os principais gerentes de contas / compradores de varejo, estão se tornando processos digitais através de um ambiente online personalizado para cada segmento do atacado/varejo.
 

Por fim, as empresas tiveram que mudar muitas de suas atividades de marketing de offline para online para se adaptar às mudanças no tráfego do consumidor. 
 

Tecnologia que faz a diferença: comércio tradicional e comércio eletrônico enfrentam mudanças e desafios

Varejistas e atacadistas já lidavam com as fortes mudanças para o ambiente online no nos últimos anos. O coronavírus impulsionou ainda mais todo esse processo de transição, ainda mais com a possibilidade de cidades serem colocadas sob bloqueio, já que os governos locais impõem medidas de quarentena e restringem as viagens ao ar livre. 
 

Diante disso, conectividade e dados em tempo real passam a ser essenciais para visualizar uma cadeia de suprimentos ponta a ponta e fazer as alterações necessárias ao processo de negócios online.
 

Ainda não sabemos até que ponto o coronavírus afetará a economia global ao longo prazo, mas as interrupções nas cadeias de suprimentos no atacado são inevitáveis. É esperado que o impacto seja contido e mínimo, tanto do ponto de vista empresarial quanto humanitário. Mas deixe isso servir como um ponto de iluminação para as empresas.
 

Os atacadistas desempenham um papel extremamente importante no ciclo de vida do produto e, historicamente, têm sido atrasados ​​quando se trata de adotar os mais recentes avanços tecnológicos. 
 

Avaliar e investir em tecnologia que permita uma percepção em tempo real e a adaptabilidade às mudanças deve ser uma prioridade no futuro. Aqueles que são ágeis o suficiente para antecipar e executar alterações na cadeia de suprimentos estarão mais aptos a absorver as restrições globais de disponibilidade de produtos e obter maior sucesso em longo prazo.
 

Grandes empresas de tecnologia passam a fazer parte da luta contra o coronavírus

Gigantes da tecnologia, a exemplo do Google e Microsoft, uniram forças como parte de uma iniciativa para combater o coronavírus.
 

Por meio da iniciativa, a comunidade de ciência de dados Kagglef adquirida pela Google Cloud há três anos, o Allen Institute for AI, a Chan Zuckerberg Initiative (CZI), o Centro de Segurança e Tecnologia Emergente (CSET) da Universidade de Georgetown (CSET), Microsoft e a Biblioteca Nacional de Medicina (NLM) ) nos Institutos Nacionais de Saúde colaboraram para lançar o Covid-19 Open Research Dataset (Cord-19).
 

O Cord-19 representa a mais extensa coleção de literatura de coronavírus legível por máquina disponível para mineração de dados até o momento. 
 

Isso permite à comunidade mundial de pesquisa em IA a oportunidade de aplicar abordagens de mineração de texto e dados para encontrar respostas a perguntas e conectar informações sobre esse conteúdo, em apoio aos esforços contínuos de resposta do Covid-19 em todo o mundo. Há uma urgência crescente para essas abordagens devido ao rápido aumento da literatura sobre o coronavírus, dificultando o acompanhamento da comunidade médica.
 

Os supercomputadores da IBM ajudaram cientistas do governo a estudar possíveis compostos de drogas que podem combater o coronavírus, informou a empresa.
 

A divisão de saúde da Alibaba abriu, gratuitamente, os serviços de telemedicina para residentes de Hubei. Por meio de seus canais de comunicação, a gigante do e-commerce está encorajando pessoas que apresentarem quaisquer sintomas de doenças a realizarem um atendimento remoto, visando identificar casos de contaminação do vírus o quanto antes.

 

Mas a participação das empresas de tecnologia não ficou apenas nas questões científicas buscando a cura pelo coronavírus. 
 

Recentemente, a Amazon gigante de comércio eletrônico, anunciou aberturas para contratar 100.000 novos funcionários de armazém e entrega para atender ao aumento da demanda por remessas como resultado da pandemia de coronavírus. Também aumentará a remuneração horária dos trabalhadores ocupados nessas posições em US $ 2 adicionais nos Estados Unidos até abril.
 

Além disso, a versão paga do Hangouts Meet será gratuita até 1º de julho. Alguns dos recursos premium das empresas e escolas podem se beneficiar ao máximo durante esse período:

  • Um limite aumentado de 250 participantes por chamada.

  • Transmissão ao vivo com um limite de público aumentado de até 100.000 espectadores em um domínio.

  • A capacidade de gravar reuniões e salvá-las no Google Drive.
     

Isso, sem dúvida, ajudará as empresas a realizarem grandes reuniões on-line, fazendo apresentações em toda a empresa e salvando reuniões para que outras pessoas vejam mais tarde.
 

Caminho para a recuperação

Em momentos de tanta tensão, pode ser difícil acompanhar todos os desafios imediatos, e mais ainda manter o foco no médio e longo prazo. No entanto, as equipes de liderança em produtos de consumo sabem que não podem perder de vista seus objetivos mais amplos durante a turbulência criada pelo COVID-19. Elas precisam planejar a recuperação.
 

Embora demore algum tempo para voltar aos negócios como de costume. As empresas devem continuar a priorizar a criação de um ambiente de trabalho saudável e um processo de vendas online eficiente. 
 

Compartilhe as ações que você tomou para garantir segurança e higiene contínuas, e trabalhe com seus fornecedores e distribuidores para implementar medidas adicionais. Aprenda com esse choque para tornar sua empresa mais resiliente após choques externos futuros, como crises econômicas, ataques terroristas e desastres naturais.
 

Recuperação também significa redefinir e reiniciar o plano para 2020 com novos objetivos, orçamentos, previsões e planos operacionais. Além disso, as empresas precisarão atualizar seu plano, com foco especial nas principais ações:

  • Revise os dados do cliente e do mercado para destacar as áreas em que a empresa ganhou ou perdeu participação de mercado durante a crise. A revisão também deve cobrir como os clientes de maior valor da empresa enfrentaram a crise, identificando ações prioritárias para nutrir esses relacionamentos.

  • Reequilibrar os níveis de estoque para se ajustar à demanda pós-crise.

  • Desenvolver planos de revitalização comercial para reativar a demanda.

  • Atualize sua lista de parcerias, procurando oportunidades na cadeia de valor. Esteja pronto para avançar rapidamente se houver oportunidades.

  • Implemente a melhoria contínua de custos, especialmente em categorias que não estão se recuperando conforme o esperado.
     

Olhando mais adiante, as empresas podem usar esse momento como um catalisador para criar capacidades de longo prazo, não apenas como um teste de estresse para se preparar para futuras crises, mas também para atender às necessidades de clientes, consumidores e fornecedores de maneira mais eficaz e eficiente.
 

Uma crise que ainda tem muito a ensinar para as empresas

A crise atual está tendo um impacto significativo nas empresas de produtos de consumo, com vários efeitos de segunda ordem que ainda estão surgindo. Uma resposta focada e coordenada ao coronavírus, agora, deve estar no topo da agenda de todos os CEOs de produtos de consumo. O comércio eletrônico viverá com suas consequências por meses ou até anos.
 

As mudanças operacionais específicas exigidas são vastas, abrangendo questões urgentes e abrangentes de continuidade do fornecimento, distribuição e logística, evolução do relacionamento com os clientes e muito mais. 
 

O surto também destaca a importância da preparação, resposta rápida, aprendizado contínuo, adaptação e comunicação no planejamento de contingência. Acima de tudo, a segurança dos funcionários, clientes e parceiros de negócios é e continuará sendo a maior prioridade.
 

Nestes tempos difíceis, funcionários, clientes, comunidade de investidores e outras partes interessadas acompanharão atentamente a resposta do setor. Este é um momento decisivo de liderança. Aceite o desafio, tome ações decisivas que colocam as pessoas em primeiro lugar, demonstrem empatia e capacite a equipe ao seu redor.