Produtos de alto giro: quais seus maiores desafios?

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mulher digitando no notebook que está em cima de uma mesa dentro de um estoque

É certo que o comportamento do consumidor vem mudando e as compras online passaram a ser a primeira opção para um número muito grande de pessoas. Nesse cenário, para os produtos de alto giro, é fundamental também estar no e-commerce.

Também conhecidos como FMCG, ou seja, fast moving consumer goods, grande parte dos produtos que compramos em mercados e drogarias, hoje, também são comprados a partir de smartphones.

Essa é uma realidade que veio para ficar, e se você é um empresário do ramo de produtos de alto giro e quer entender mais sobre os desafios e o crescimento desse mercado, acompanhe.

O que são produtos de alto giro? (FMCG)

A indústria de bens de consumo de alto giro se refere aos produtos consumidos quase que diariamente pelas pessoas. Exemplificando, mercadorias como produtos de higiene pessoal, molho de tomate e bebidas em geral são considerados produtos de alto giro.

Dentro deste segmento de mercado, estão nomes bastante conhecidos, como Ambev, Nestlé, Omo, entre outras.

A forma como estes produtos são vendidos e o dinamismo das operações é completamente diferente quando comparamos os produtos de alto giro com o mercado de geladeiras, televisores, celulares e automóveis.

Isso acontece principalmente por serem produtos de baixo custo, descartáveis, e que são adquiridos com muita frequência. E essa forma de comprar muda bastante coisa, principalmente quando falamos das vendas no e-commerce.

Produtos de alto giro no e-commerce

Como vimos, a venda de produtos de alto giro pela forma online é completamente diferente se compararmos a mercados como, por exemplo, de móveis. Portanto, podemos dizer que esta venda depende bastante das características e da natureza dos produtos anunciados.

Para dar exemplos práticos, uma pessoa que entra em uma loja de móveis online sabe que, ao fazer o pedido, haverá um prazo de entrega de 90 dias. Porém, esse prazo não é tolerado se a pessoa faz uma compra de produtos em um supermercado. Menos ainda se pedir uma refeição por algum aplicativo de entrega de comida.

Portanto, as vendas online dos produtos de alto giro apresentam alguns desafios para os lojistas e varejistas, até porque, ainda pode ser um desafio entender o comportamento dos consumidores desse tipo de produto para os e-commerces.

Aqui no Brasil, a chegada da internet foi gradativa e lenta, e hoje ainda temos uma banda menos eficiente do que em países como os Estados Unidos e a Coreia do Sul. Entretanto, o mercado online vem crescendo de forma bastante significativa.

Após uma crise econômica, o PIB brasileiro cresceu 1,1% em 2018, segundo o IBGE. O aquecimento da economia impulsionou o e-commerce nacional. No mesmo ano, a Ebit|Nielsen divulgou que as vendas online cresceram 12% e atingiram uma arrecadação de R$53,2 bilhões.

Oportunidade no país

Então, apesar da nossa defasagem em relação à internet, o Brasil está em plena expansão das compras feitas de forma online. Atualmente, o nosso e-commerce é o maior mercado online da América Latina.

Isso se deve principalmente à cidade de São Paulo, mas o comércio eletrônico está chegando para outros estados e regiões. O Sul e o Sudeste, por exemplo, são regiões mais preparadas e maduras para esse tipo de venda, e impactam 77,2% das vendas pela internet.

Entretanto, é fundamental que as empresas avaliem seu nicho de mercado, dado que cada região do Brasil possui um comportamento único e uma demografia ímpar.

6 desafios dos produtos de alto giro

Como falamos, o e-commerce para produtos de alto giro é um mercado bastante específico e traz alguns desafios importantes.

1. Mudança de comportamento do consumidor

Não é novidade que o comportamento do consumidor mudou muito nos últimos anos, especialmente após a pandemia, quando o isolamento social fez com que grande parte das pessoas abandonassem as compras em locais físicos e passassem para as compras com entrega em casa.

E isso aconteceu, também, para os produtos de alto giro, como os comprados em supermercados ou drogarias.

O estudo “Futuro do E-commerce para FMCG“, produzido pela Kantar Worldpanel, mostrou que o e-commerce dos produtos de alto giro vem crescendo cada vez mais a nível global.

Além disso, no mesmo estudo, podemos ver que a América Latina está emergindo como um novo ponto de crescimento para o setor, e a previsão é de que, até 2025, o e-commerce deste mercado irá representar 5% do total das vendas de gêneros alimentícios na Argentina, um aumento de 1% comparado a 2016, e no Brasil e México esse aumento pode chegar a 3%.

Por isso, é de suma importância que os varejistas acompanhem essa mudança de comportamento, principalmente em grandes cidades, como São Paulo.

É fundamental que as empresas contem com times especializados em entender esse comportamento do consumidor, de forma que seja possível pensar em estratégias de marketing para aumentar as oportunidades de venda no ambiente digital.

Um exemplo dessa mudança de comportamento é que, hoje em dia, os consumidores fazem pesquisas e vão atrás de análises antes de adquirir um produto.

2. Execução no varejo

Este é, certamente, um dos maiores desafios para as empresas de produtos de alto giro, já que as empresas desse mercado perdem mais de 20% do total de oportunidades de vendas e ainda correm o risco de ter o produto removido no varejo devido a problemas que acontecem com a execução no varejo.

Mas o que é isso?

A execução no varejo é a garantia de que o produto esteja sempre na prateleira, da forma como ele deve estar. As marcas em crescimento se concentram em novos ganhos de distribuição e as mais estabelecidas em lançar novos produtos e fazer promoções de preço e exposição para alavancar as vendas.

Então, as empresas que resolvem o desafio de execução no varejo da melhor forma conseguem uma maior velocidade de vendas e lucros e ainda se destacam da concorrência. O gerenciamento em nível de loja através de uma rede dispersa de distribuidores e varejistas pode ser muito desafiador.

Muitas vezes, as empresas de produtos de alto giro não têm dados consistentes, medidos de forma significativa e acionável, e, por isso, sem essa “régua”, é complicado saber onde se deve melhorar.

A outra razão pela qual a execução no varejo é um desafio tão grande para o mercado de produtos de alto giro é que o impacto da má execução, muitas vezes, é subestimado.

3. Estratégias de marketing para o digital

Por se tratar de produtos de algo giro, as estratégias de marketing digital precisam ser inovadoras a todo momento.

Como falamos, o consumidor de hoje está pesquisando e comprando nos canais digitais, então, é preciso pensar em formas de aproveitar essa oportunidade gerada por esse comportamento para atrair mais clientes e principalmente fidelizar estes consumidores.

4. Falta de confiança nos sistemas de pagamento

Este é um dos desafios das compras online, e isso também engloba as compras de produtos de alto giro. Devido a tantos golpes que acontecem na internet, nem sempre os sistemas de pagamento deixam os consumidores seguros.

Como os produtos de alto giro são comprados com frequência, a desconfiança nos sistemas de pagamento pode ser uma das barreiras que precisam ser enfrentadas por esse mercado.

5. Percepção do produto (necessidade que o consumidor tem de tocar o produto antes de comprar)

Quando o consumidor já sabe o que vai comprar, ou escolhe um produto pela marca (já conhecida), essa barreira não acontece. Porém, ao comprar um produto pela primeira vez, a chance de o consumidor precisar tocar essa mercadoria antes de adquirir é bastante grande.

Então, é preciso que o mercado online ofereça o máximo possível de informações sobre o produto, para que o comprador não sinta a necessidade de ir até uma loja física para conhecer a mercadoria mais de perto antes de fazer a compra.

6. Gestão e controle das informações

Como falamos, algumas pessoas sentem a necessidade de tocar o produto para efetuar a compra, e é fundamental que todas as informações e conteúdos sobre os produtos estejam bem claros para o cliente.

Alguns produtos possuem um portfólio extenso, gerando inconsistência no que é informado na página do produto, com o que o cliente recebe em casa. Isso certamente vai quebrar o que poderia ser uma experiência positiva de compra.

Por que os produtos de alto giro estão crescendo?

Apesar de enfrentar muitos desafios, esse mercado de produtos de alto giro tem crescido bastante. Vamos conhecer agora alguns motivos para esse crescimento.

Mercado favorável

Apesar de ser um mercado onde as pessoas realizam compras com frequência, o mercado favorável aumenta muito as chances de venda dos produtos de alto giro, afinal, não há consumo sem dinheiro.

Então podemos dizer que o desempenho de vendas dos bens de consumo de alto giro não está diretamente atrelado apenas ao tamanho da população de um país.

Portanto, além do PIB, é importante avaliar o poder de compra da população e se ele se encaixa na sua estratégia de marca.

Além do elevado número de possíveis compradores, quando existe mais dinheiro, é possível fazer maiores investimentos em tecnologias e a cada dia proporcionar inovações para o e-commerce, aumentando assim a confiança do consumidor. Quando estas inovações funcionam, geralmente se espalham para outras regiões.

Contas bancárias

Com o aumento de pessoas que possuem conta em banco, os números do comércio online também são impactados, pois na grande maioria das vezes, as formas de pagamento utilizadas são as plataformas como o PayPal e o cartão de crédito, que só podem ser utilizados por pessoas que possuem ao menos uma conta em algum banco.

Acesso à internet

Para fazer uma compra online, um dos requisitos é ter um acesso à web. Portanto, com o aumento do acesso das pessoas a essa tecnologia, o mercado de vendas online, inclusive dos produtos de alto giro, é positivamente impactado.

Além disso, com o avanço da internet 5G, as compras ainda podem ser feitas de forma mais rápida e eficiente.

Número de celulares

Hoje em dia as compras de produtos de alto giro podem ser feitas com apenas um clique. Tudo muito rápido e sempre à mão dos consumidores.

Existem diversos tipos de smartphones, que podem ir dos mais baratos aos mais caros, e geralmente são fáceis de usar se comparados aos desktops e laptops. Por esse motivo, essa tecnologia faz muito sucesso.

Uma pesquisa realizada pelo CNDL/SPC Brasil mostrou o quanto o avanço da tecnologia móvel foi importante para o comércio eletrônico no país. De acordo com o documento, 7 em cada 10 pessoas utilizam o celular para comprar pela internet.

E quando pensamos em produtos de alto giro, isso também acontece, já que esse mercado é maior em lugares onde mais de 60% da população tem acesso a smartphones.

Habitantes e facilidade logística

O Brasil é muito grande e a facilitação da logística é fundamental para o aumento do mercado de produtos de alto giro.

Quanto maior é a densidade demográfica, ou seja, o número de habitantes por metro quadrado de um lugar, mais viável é a entrega e menor é o número de lojas e depósitos necessários.

As vendas online precisam ter um canal de entrega do produto, e os consumidores necessitam ter a segurança que seu produto chegará no prazo e sem danos para efetuar a compra.

Cultura do país

Com o crescimento do mercado de produtos de alto giro online e também da concorrência, é que as pessoas estão cada vez mais inseridas em uma cultura de procurar por bons negócios, com um valor agregado interessante.

Então, existe uma relação forte entre a população com uma tendência a fazer investimentos e o sucesso das vendas.

Conclusão

Não restam dúvidas que o mercado online é uma forma de efetuar compras que cresce a cada dia. Por diversos motivos as pessoas estão preferindo ficar longe das lojas físicas e receber seus produtos em casa, de forma rápida e segura.

Por isso, para os empresários do mercado de produtos de alto giro, acompanhar esse movimento é fundamental para o crescimento das vendas e alavancagem do negócio.

Gostou do nosso conteúdo? Então você também pode se interessar por esse vídeo, onde falamos sobre o planejamento do mix de produtos como estratégia de aumento das vendas do atacado distribuidor.

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